domingo, 25 de setembro de 2016

Trabalho e Sociedade.

A questão do trabalho para a sociologia. 


Aos terceiros anos.
  • O trabalho deve ser feito em grupo de até cinco (5) pessoas. 
  • Relacionar o vídeo com a teoria dos clássicos da sociologia. 
  • Fazer um relato junto com uma resenha sobre o vídeo e texto apresentado em sala de aula.
  • Valendo até cinco (5) pontos. 
Lembrando que a entrega fica para a próxima aula. 







Texto sobre trabalho 

  DIGNO OU DELINQUENTE?

O que acontece quando um trabalhador desqualificado fica muitos meses, ou até anos, sem conseguir emprego? Ou quando só consegue vez ou outra, um “bico” esporádico, mas em uma frequência que não é suficiente para atender a suas necessidades básicas, digamos, de alimentação? Ou de alimentação da sua família? Como nos diz José, um catador de lixo: “A gente fica dois, três dias sem comer”... “Mas com filho né, tem que ter comida todo dia.” José trabalhava em uma fábrica de calçados. Mas a fábrica foi à falência. Os anos passam... José, apesar de muito dedicado ao trabalho, não consegue mais do que alguns bicos... José, então engole a sua vergonha e enfrenta a opção que lhe resta: catar lixo reciclável.
Geraldo é um típico “cachaceiro”. Por muito tempo viveu de pequenos bicos. Isso quando aparecia. Não se dava ao trabalho de procurar. É expulso de casa. Este não tem parente que o possa acolher ou suportar. Vai ficando pela rua...Sem dinheiro, começa a pedir 50,30, 10 centavos a quem lhe cruza o caminho. Quando consegue, não vai comer. Toma uma cachaça. Mas alguma hora ele tem que comer. Descobre, por acaso, um pequeno depósito, no bairro em que vagava que compra lixo reciclável.
José é um trabalhador honesto e esforçado. Tem 48 anos é casado, tem dois filhos. Mora em uma área de invasão. Acorda todo dia às 4:30 horas. Não toma café. Segue direto seu percurso de mais de uma hora de caminhada até seu ponto de trabalho, um elegante bairro de classe média. Costuma passar as manhãs remexendo no lixo, e as tardes separando os diferentes tipos de lixo reciclável. No fim do dia, sai com seu carrinho, tão cheio que chega a medir o dobro de sua altura e enfrenta o tumultuado trânsito da cidade.
Geraldo é morador de rua. Tem 43 anos, mas aparenta ter 70. Por certo tempo, estabeleceu endereço fixo: o espaço entre a calçada e os portões de uma loja em construção... Lá, pôde ir juntando o pouco lixo que recolhia... de início era discreto, ganhava comida e algum material reaproveitável da vizinhança. segundo dizia, tinha que tomar conta do material que estava guardado na loja, o que justificava que ele preferisse ficar ali, onde “todo mundo era muito legal” com ele,
A “invisibilidade” é inerente à condição de catador, seja este regular (como José) ou irregular (como Geraldo), seja durante o trabalho, ou mesmo durante o repouso, quando o catador é morador de rua. A questão é que chamar a atenção, ao menos no caso dos catadores, quase sempre é algo negativo, fonte de humilhação, pois como não estranhar um “farrapo humano” remexendo no lixo, em um local que ele nunca frequentaria a não ser para isso (ou para pedir esmola), sujando a paisagem de quem de outra forma não tem que conviver diariamente com a miséria, com sua feiura, se não fosse esse mecanismo peculiar da “invisibilidade moral”? Essa invisibilidade, como já apontado, não é um não perceber. Como diria o pensador alemão Axel Honneth, ela é mais um “olhar através” (look through); é perceber fisicamente a presença do outro, e, mesmo sem se dar conta, ignorá-la por completo; é decretar a não relevância social do outro.
Por conta desse mecanismo, o desqualificado, indigno de atenção, só se torna visível se fizer algo que chame a atenção, como um cachorro de rua, que só percebemos que está lá quando rosna ou late para nós, ou quando mexe no lixo e deixa tudo esparramado.
Mas por que, insistimos, um trabalho honesto pode ocasionar vergonha e humilhação a quem o pratica? Entre outras coisas, por ser um trabalho que qualquer um pode fazer, o que aqui é mais extremo, pois até um “cachaceiro bêbado” pode praticá-lo. Mas isso não interessa a todos nós, que compartilhamos inconscientemente os critérios morais da exclusão, que nos levam, “naturalmente”, ainda mais no caso extremo e ambíguo dos catadores, a projetar sobre todos o estigma, que vai aqui além do desrespeito e descaso comum de que são alvo os membros da ralé.
Assim, a situação dos catadores é particularmente ambígua(equivocada), já que sua forma de trabalho não garante que sejam vistos como não delinquentes, visto que delinquentes — vagabundos, bêbados da ralé, que perturbam a paz pública — podem exercer essa atividade Daí a ambiguidade dos catadores. Afinal, como distinguir entre o bêbado que junta um pouco de lixo para comprar mais cachaça e o trabalhador regrado, que dá duro todo dia para sustentar a sua família, quando alguém está mexendo no lixo?
Diante da especificidade das histórias de vida analisadas aqui, não faz sentido o teor genérico da ideia de que todo trabalho é digno. Mesmo com toda a peculiaridade desses trabalhadores desqualificados, enquanto indignos e invisíveis. O exemplo dos perfis classificatórios: “empregados com carteira”, não podemos saber quem é ralé e quem não é, ou seja, não podemos distinguir trabalhadores qualificados de desqualificados. Para que fique mais claro, alguém pode trabalhar com carteira assinada numa grande empresa, com vários direitos assegurados, enquanto outros podem trabalhar em uma pequena loja, com carteira, mas receber apenas a comissão pelas vendas, que muitas vezes não alcança nem um salário mínimo, e assinar seu recibo de salário obrigatoriamente. Quanto a “empregados sem carteira”, também podemos encontrar trabalhadores qualificados, como representantes de venda, que não são da ralé, bem como desqualificados, que certamente são a maioria nesse caso. Por fim, o que nos parece mais confuso é o famoso “conta própria”, ou autônomo.
Os níveis de sofrimento e invisibilidade são distintos entre os desqualificados. Isso é preciso deixar claro que há hierarquia entre as ocupações e porque algumas são mais dignas do que outras.
Pior ainda é a situação dos catadores, na escala moral da dignidade que define vencedores e fracassados. Podemos concluir que eles se encontram exatamente na linha divisória entre a (in)dignidade e a delinquência, uma vez que sua condição é ambígua diante dos olhos de toda a sociedade meritocracia, pois sua ocupação também é praticada por delinquentes. No entanto, todos os desqualificados compartilham da mesma sina: conformar-se à trajetória do que não ser, na medida em que esse é o horizonte mais provável que sua condição de classe proporciona.
Texto adaptado do Livro A Ralé Brasileira – Jessé Souza.



2 comentários:

  1. Diante da análise do exposto, a respeito da delinquência juvenil com fulcro na psicologia jurídica, conclui-se, que são muitos fatores que provocam a organização de jovens para aderir a delinquência, e que para uma melhor compreensão dessa problemática faz-se necessário analisar o que representa o ato de delinquir sob a perspectiva de quem o pratica e a origem do respectivo comportamento,Esse entendimento torna-se de suma importância para contribuir em uma formação acadêmica do direito mais coerente com os problemas encontrados nas sociedades atuais, demonstrando novos paradigmas de tratamento da conduta delituosa, com enfoque na fase da adolescência, que vem a ser exatamente o momento em que o indivíduo se encontra mais vulnerável e suscetível a influências. No que diz respeito à criminalidade, hodiernamente, ao observar a sociedade, tem-se verificado uma produção gradativa de práticas delituosas cometidas por faixas etárias cada vez menores, ensejando assim a problemática da delinquência juvenil...
    Eacola E.moreira e silva
    Aluna: Alice da silva alves...
    N°03
    Série:3°ano "F"

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  2. Neste trabalho, vamos compreender as causas que originam actos de delinquência de adultos e adolescentes analisando o fenómeno das interpretações sociológicas e psicológicas, assim como o relacionamento com os familiares, isso levou-me a perceber que as causas que originam os actos de desigualdade na sociedade tanto um digno ou delinquente
    mesmo tem trabalho embora não ser igual os vicios são motivadas pelo consumo da exclusão na família, falta de controle dos adultos, e a falta de acompanhamento psicológico e o consumo de droga. Deste modo, a presente possui uma abordagem qualitativa, estudo bibliográfico. a pesquisa mostrou que são muitos factores que influenciam na organização de pessoas que praticam ou usam drogas ou álcool aderir a delinquência, temos por salientar a desagregação dos familiares, poriso muitos vivem na rua o não acompanhamento conveniente
    dos filhos na idade adolescente, o mal ambiente que os jovens levam, integração nos grupos anti-sociais a influência de bebidas alcoólicas bem como as drogas. São estes factores enormes, que podem levar o desamparo nos seus familiares encontrado assim os meninos de rua bem como alguns indivíduos, aproveitam a força das crianças para cantar lixos pra eles.
    Aluna: Gabriella porfirio
    de melloN'14
    Série: 3 Ano "F"

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